44% dos italianos têm uma visão negativa dos judeus

44% dos italianos têm uma visão negativa dos judeus

O relatório sobre este estudo foi publicado pela Comissão da Câmara dos Deputados Italiana para pesquisas sobre o antissemitismo. Na quinta-feira passada, a presidente da comissão, deputada Fiamma Nirenstein, declarou ao Jerusalém Post que esta conclusão é “muito preocupante”. “Foi um choque para todos nós perceber quanto antissemitismo ainda existe na Itália e na Europa”. Conforme o relatório, cerca de quarenta e quatro por cento da população italiana tem algum preconceito ou apresenta alguma atitude hostil em relação aos judeus. Estas atitudes podem ser classificadas em quatro grupos. O primeiro grupo (10%) exibe a visão anti-judaica estereotipada “tradicional”, tal como: “eles não são inteiramente italianos”, “nunca se pode confiar neles”, “eles sempre viveram às custas dos outros”, mas rejeita os preconceitos relativos a Israel e a Shoá. O relatório continua: o segundo grupo (11% da população) aprova apenas a visão “moderna”, rejeitando a tradicional. Eles consideram que “os judeus são ricos e poderosos, eles controlam a política, a mídia e os bancos”, e principalmente, “eles são mais leais a Israel que ao país onde nasceram”. O terceiro grupo (12%) tem a convicção de que “todos os judeus usam a Shoá para justificar a política de Israel, eles falam muito de suas próprias tragédias ignorando as dos outros povos”, “os judeus se comportam como nazistas em relação aos palestinos”, mas este grupo não compartilha os preconceitos “tradicionais”. Finalmente, o quarto grupo, é o dos “antissemitas autênticos” (12% dos italianos). Este grupo apresenta todos os elementos dos grupos anteriores. Nirenstein disse que o relatório de 39 páginas foi o resultado de dois anos e meio de audiências parlamentares e de trabalho intenso. Embora houvesse divergências durante as reuniões da comissão sobre o que é antissemitismo e o que é antissionismo, “nós reconhecemos quando as críticas contra Israel se tornam antissemitismo”, disse ela. Por exemplo, de acordo com o relatório: antissemitismo pode ser observado no debate sobre política internacional, a crítica preconceituosa do que Israel faz no Oriente Médio. O processo começou com a adoção da Declaração de Durban e do Programa de Ação em 2001. Isto proporcionou a base para os pronunciamentos de líderes internacionais, primeiro e, principalmente, o presidente da República Islâmica do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, a quem foi permitido falar mesmo no pódio da Assembléia Geral das Nações Unidas, negando o genocídio (Holocausto) e pregando a destruição do Estado de Israel, numa flagrante violação da Carta das Nações Unidas. Os deputados italianos recomendaram que fosse dada atenção à possibilidade de “apoiar iniciativas em nível internacional para denunciar o presidente Ahmadinejad perante a Corte Criminal Internacional pelo crime de incitação ao genocídio”. Nirenstein declarou ao Jerusalém Post que a comissão convidou Ruth Halimi, a mãe de Ilan Halimi, para vir a Roma assistir ao seu trabalho e que Ruth falou que a polícia francesa não acreditava que o assassinato do filho dela por uma gangue de imigrantes muçulmanos na França em 2006 fosse motivado por antissemitismo. Segundo Nirenstein, as autoridades francesas fracassaram em não olhar para a “direção certa” e verificar quem são os perpetradores do antissemitismo na França. Falando em New Haven, Connecticut, Estados Unidos, o Dr. Charles Small, uma autoridade em antissemitismo moderno, que assistiu à apresentação dos resultados da pesquisa italiana, declarou ao Jerusalém Post que o relatório é “ um documento excelente que examina o flagelo do antissemitismo moderno de modo abrangente”. E ele acrescentou: o parlamento italiano é o terceiro, depois do Reino Unido e do Canadá, a realizar uma pesquisa desta natureza e a publicar um relatório”. Tradução: Adelina Naiditch]]>

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