As Nações Unidas já estão moralmente falidas há várias décadas

As Nações Unidas já estão moralmente falidas há várias décadas

Isi Leibler

image003 Israel foi o primeiro país a boicotar a revisão anual dos direitos humanos apresentada no falso Conselho de Direitos Humanos da ONU (UNHRC). Apesar de ser repreendido pelos Estados Unidos, Israel tinha razão ao fazê-lo. Durante vários anos, enquanto ignorava a crescente negação de direitos humanos e o morticínio de centenas de civis inocentes em todo o mundo, os procedimentos deste desprezível órgão preconceituoso ficaram concentrados na implacável condenação, demonização e deslegitimação do estado judeu. Exemplos recentes incluem o infame Relatório Goldstone de 2009 – subsequentemente refeito pelo próprio Goldstone – acusando Israel de deliberadamente engajar-se em crimes de guerra, apesar de seu histórico de minimizar as mortes de civis como nenhum outro país. Um ano mais tarde Israel foi novamente condenado pelo ataque a terroristas turcos “humanitários” a bordo do Mavi Marmara na flotilha da “paz” que se dirigia a Gaza. A decisão de Israel de boicotar as audiências teve retaliação em 31 de janeiro quando, baseado principalmente em fontes árabes e em ONGs hostis, o UNHRC declarou que os assentamentos israelenses além da linha verde são uma violação da Convenção de Genebra de 1949 e acusaram o país de “grandes violações da lei dos direitos humanos”. O comunicado não fazia nenhuma referência ao deliberado ataque a civis israelenses pelos terroristas palestinos. O comunicado advertia ainda que se Israel não demolisse as construções e se retirasse destas áreas – sem pré-condições – sofreria acusações de crimes de guerra na Corte Criminal Internacional. Isto significa que um organismo das Nações Unidas que deveria promover os direitos humanos estava exigindo uma limpeza étnica dos territórios em disputa. O Conselho também conclamou os governos e as corporações multinacionais a retirar todos os investimentos e romper todos os negócios com os assentamentos – propiciando assim avisos efetivos de que pretende impor sanções. Se Israel tivesse realmente levado seu caso a esta Corte, teria apenas legitimado o procedimento. Os idealistas apaixonados que criaram as Nações Unidas em 1945 para promover a paz global e os direitos humanos universais, revolver-se-iam nos seus túmulos se soubessem como esta antes nobre instituição foi sequestrada por uma aliança de radicais islâmicos, países que não respeitam as normas internacionais e tiranias notórias por espezinharem os direitos humanos, negando aos seus próprios cidadãos direitos humanos básicos tais como liberdade de expressão e de culto. image009 A indicação destes estados para funções de destaque na ONU transformou esta organização de direitos humanos numa piada de mau gosto. Um representante da Líbia de Kadafi foi eleito presidente da Assembleia Geral da ONU em 2009; em 2011 foi eleito o representante do Qatar e o do Irã ficou como seu vice; tanto a Coreia do Norte, notória pela proliferação de armas nucleares, quanto o Irã dirigiram a Comissão de Desarmamento; o Irã, conhecido por apedrejar mulheres, foi indicado para a comissão da ONU que trata do status da mulher; em 2011 a Síria de Assad foi indicada para a comissão da UNESCO que trata dos direitos humanos, onde permanece até hoje; a Líbia introduziu uma resolução para “terminar com todas as formas de discriminação racial; o Irã pediu aos Estados Unidos que implementasse a lei humanitária internacional; a China exigiu o fim da “força excessiva exercida pelos organismos que impõem a lei”. O presidente Ahmadinejad do Irã, negador do Holocausto, é tratado com deferência quando discursa na Assembleia Geral e pede a destruição de um estado membro das Nações Unidas usando termos odiosos sem precedentes desde a era nazista. Na semana passada, em 28 de janeiro, a ONU elegeu o Sudão para a vice-presidência do seu Conselho Econômico e Social (ECOSOC), o organismo que regula os grupos de direitos humanos. O fato de o presidente Al Bashir ser processado pela Corte Criminal Internacional por crimes contra a humanidade e genocídio em Darfur, não impediu a eleição do Sudão. A Comissão de Direitos Humanos da ONU, boicotada por Israel é uma caricatura grotesca do seu título, solapando abertamente todos os aspectos dos direitos humanos. A Líbia dirigiu este órgão em 2003 e, recentemente, em 2010, a UNHRC produziu um relatório em que elogiava a Líbia pelo respeito aos direitos humanos. A ONU, o UNHRC e o Conselho de Segurança gastaram mais tempo debatendo e condenando os assentamentos de Israel e as construções em Jerusalém que revisando as questões de violação dos direitos humanos nos estados árabes, na Coreia do Norte, no Paquistão, na Rússia, em Cuba, na Arábia Saudita, no Sudão, na China, no Congo ou mesmo na Mauritânia, onde ainda se pratica a escravidão. Mesmo o banho de sangue da guerra civil na Síria, que até o momento já fez 60.000 vítimas e criou 700.000 refugiados, recebe consideravelmente menos atenção que Israel. A administração Bush boicotou o UNHRC por que o envolvimento dos Estados Unidos com este conselho lhe traria legitimidade. No entanto, a administração Obama, como parte da sua campanha para conectar-se com todos os países do mundo, renovou a sua adesão. Desde a década de 1970 a maior parte dos debates e condenações por desrespeito aos direitos humanos é dirigida contra a nação-estado dos judeus. Atingiu o clímax em novembro de 1975 quando na Assembleia Geral das Nações Unidas a União Soviética e seus satélites, apoiados pelos países do terceiro mundo e do mundo islâmico, aprovaram a resolução 3379 que igualava o sionismo ao racismo. No entanto, dezesseis anos mais tarde, em 1991, os Estados Unidos liderados pelo presidente Bush sênior fizeram valer seus imensos recursos de superpotência e agiram em prol da decência, conseguindo anular com o voto de 111 nações aquilo que Hillary Clinton descreveu como uma resolução “criminosa”. Este ato demonstra o potencial do presidente Obama que, se tivesse determinação, poderia conseguir reformas na ONU e orientá-la para objetivos morais. Mas a revogação da resolução 3379, mesmo importante, até o momento não conseguiu impedir os islamitas de utilizarem sua superioridade numérica para continuar explorando a ONU como base para demonizar e deslegitimar o estado judeu. Assim, não foi surpresa a ONU endossar as conferências de Durban 3 contra o racismo que foram transformadas em plataformas anti-israelenses e antissemitas. No ano passado a Assembleia Geral da ONU adotou vinte e duas resoluções anti-israelenses ao mesmo tempo em que aprovou apenas quatro condenações contra todos os outros países. Os países europeus, que inicialmente demonstraram resistência moral a algumas destas resoluções anti-Israel, reverteram ao papel que assumiram nas décadas de 1930 e 1940 quando ficaram passivos diante das forças obscuras que assaltaram o povo judeu. image010 Israel deve reconciliar-se com a realidade de que nunca poderá alcançar justiça nesta assembleia disfuncional de nações dominadas por tiranias e ditaduras. No lado positivo, o atual embaixador de Israel na ONU, Ron Prosor, articula brilhantemente o caso moral do estado judeu e expõe efetivamente a hipocrisia e os duplos padrões da ONU. Seu papel é extremamente importante para possibilitar que os americanos vejam o preconceito e a duplicidade dos atuais ataques na ONU. Hillel Neuer, diretor do UN Watch – um dos organismos sem fins lucrativos mais efetivos na promoção de Israel no exterior – também merece elogios por esclarecer sistematicamente a farsa das Nações Unidas. Tenho a esperança de que a opinião pública americana, cada vez mais desiludida com a hipocrisia e os duplos padrões empregados pelas forças tirânicas imorais que dominam atualmente a ONU, possa persuadir o presidente Obama a agir. O Congresso também pode usar seu próprio poder para impedir as atividades obcenas da ONU. Se isto acontecer, é possível que decidam finalmente encorajar a criação de uma nova associação global de nações democráticas.   Artigo publicado no Jerusalém Post, no Israel Hayom e no WJC- World Jewish Congress em 06 de fevereiro de 2013. Tradução: Adelina Naiditch]]>

Gostou? Compartilhe:

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp

Escolha por região

Destaque

Ajudar
muda tudo

Sua doação muda a vida de muitas pessoas. Contribua agora mesmo.

Artigos relacionados