Consenso quanto à área para preces igualitárias no muro das lamentações

Consenso quanto à área para preces igualitárias no muro das lamentações

Gavriel Fiske

Na quarta-feira, de acordo com o Ynet News,a proposta do diretor da Agência Judaica, Natan Sharansky, para estabelecer um local para preces igualitárias em parte do Muro Ocidental já foi, em princípio, aprovada pelo governo, pelas autoridades ultraortodoxas, pelas Mulheres do Muro e por líderes reformistas e conservadores dos Estados Unidos. Sharansky, que foi encarregado pelo primeiro-ministro Benjamin Natanyahu de encontrar uma solução de consenso para o conflito criado por aqueles que desejam orar no Muro de maneira não tradicional contra aqueles que se opõe a isto, deve apresentar formalmente sua proposta ao governo dentro de alguns dias. O plano inclui uma ampla seção para serviços igualitários no Arco de Robinson que será diretamente ligada à praça principal do Muro Sharansky declarou ao Ynet News que o plano foi apresentado “aos ministros do governo, aos líderes dos movimentos judaicos norte-americanos, ao rabino-chefe do Muro, e cada um deles tem suas próprias reservas, mas entendem que a situação atual de conflito e disputa junto ao Muro deve terminar e que este deve ser um local de união. Neste sentido, nós estamos providenciando a possibilidade de criar um acordo e um amplo denominador comum em volta do Muro”. O rabino do Muro, Shmuel Rabinowitch, disse que, mesmo que a nova área para orações “não combine” com seu ponto de vista, ele apoia a ideia de “um local para orações” e que a comunidade ultraortodoxa “pode viver com esta solução”. Na terça-feira, as Mulheres do Muro também deram seu apoio ao plano. A proposta de Sharansky é “uma mensagem maravilhosa para os israelenses, para os judeus no exterior, para todos”, disse a líder Anat Hoffman, elogiando Sharansky pela mente aberta e pela procura de uma solução real. Hoffman, cujo grupo conduziu a luta pela abertura do Muro para orações não tradicionais, declarou ao Forward, horas após Sharansky ter apresentado aos líderes judeus americanos parte da sua proposta para resolver a disputa que já levou mulheres à prisão quando tentavam ler a Torá ou usar xales de oração no local sagrado. A ideia é “muito ambiciosa”, disse Hoffman, embora não seja o que o grupo esperava. “Nem sempre você precisa estar certo, você precisa ser esperto e o compromisso é um sinal de maturidade e compreensão”. A Agência Judaica declarou que Sharansky espera que a proposta possa diminuir o estado de tensão junto ao Muro: “Um Muro para todo o povo judeu”, disse Sharansky. Hoffman expressou preocupação quanto ao que possa acontecer antes que a ideia seja implementada, referindo-se às declarações feitas na semana passada pelo comissário de polícia de Jerusalém, Yossi Pariente, que fez uma advertência às mulheres de que elas não podem recitar a tradicional prece dos enlutados (Kadish). Uma mulher recitando o Kadish pode ser presa, explicou o policial. Por outro lado, o rabino do Muro, Rabinowitch, disse que as mulheres não serão presas por dizer o Kadish – após intervenção de Alisa Lavie, membro do Knesset pelo partido Yesh Atid – mas na terça-feira Pariente voltou a declarar que a polícia de Jerusalém aplicará a lei, não é uma questão de acordo entre as partes envolvidas, mas de uma determinação da justiça que deve ser cumprida, disse ele. A área ampliada para orações sugerida por Sharansky, que ainda precisa ser aprovada pelo governo, seria igual em tamanho às atuais áreas destinadas aos homens e às mulheres, segundo reportagem do Forward. A rádio de Israel noticiou na quarta-feira que o plano pode envolver também uma mudança do nome oficial da área do Arco de Robinson, assim chamado em homenagem a Edward Robinson, erudito americano do século XIX, especialista em assuntos bíblicos. Sharansky esclareceu que o plano, que envolve reformas em um local política e religiosamente sensível, a fim de não “provocar um conflito” com o mundo muçulmano, não deve tocar numa pedra sequer da ponte Mughrabi que faz a ligação com a praça do Monte do Templo e é adjacente tanto à atual área de orações judaicas no Muro como ao Arco de Robinson. A questão das mulheres e das orações não tradicionais junto ao Muro são temas divisórios entre Israel e os judeus da Diáspora, especialmente na América, onde a maioria dos judeus segue as práticas reformistas e conservadoras. Atualmente isto é proibido junto ao Muro, que funciona na prática como se fosse uma sinagoga ortodoxa ao ar livre. Os regulamentos do Muro determinam que mulheres não podem usar tallitot, xales de oração, da mesma maneira que os homens, isto vai contra os “costumes locais”, de acordo com o rabino-chefe do Muro. Em 2003 a Corte de Justiça manteve a proibição ditada pelo governo, impedindo as mulheres de usar teffilim (filactérios) ou tallitot ou de ler nos rolos da Torá junto ao Muro.   Artigo publicado Times of Israel no e citado no WJC – World Jewish Congress em 10 de abril de 2013. Tradução: Adelina Naiditch  ]]>

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