Segue na integra discurso da presidente da Na’amat Israel, Galia Wolloch Boa noite queridos convidados: Diretor da Histadrut, Ofer Eini Querida amiga Liora Minka, presidente do movimento “Emunah” Ex-presidente da Na’amat, Masha Lubelski Diretoras dos Departamentos da Na’amat Presidente da Comissão Preparatória, Sari Shilon Presidentes das subcomissões e membros da Comissão Preparatória Presidentes regionais da Na’amat Queridas amigas, Durante a primeira sessão da Convenção, em julho passado, eu fui eleita presidente da Na’amat. Naquela ocasião eu convidei vocês, minhas amigas, para juntarem-se a mim numa jornada. Eu convidei vocês e vocês aceitaram. Durante vários meses nós estivemos juntas neste processo criativo, transformando ideias em princípios. Este processo culmina hoje quando, sentadas em volta destas mesas numa conversa franca e genuína, nós finalmente terminamos de formular os princípios de uma jornada. Hoje nós realmente começamos. Nós temos bandeiras que pretendemos desfraldar em grandes grupos, convidando mais pessoas, homens e mulheres, para juntarem-se a nós. Juntos, e somente juntos, nós teremos sucesso para transformar as bandeiras em conhecimento comum. Somente juntos nós poderemos partir dos princípios para as ações e das ações para as realizações. Quando eu sonho com realizações, eu imagino uma sociedade civilizada, um país civilizado. E o que é uma sociedade civilizada? Uma sociedade civilizada é aquela que se esforça para ser mais igualitária, mais justa e mais moral. Diante dos meus olhos eu vejo um país que oferece oportunidades realmente iguais: para mulheres, para famílias jovens, para mães solteiras, para mulheres idosas, para homens e mulheres que vivem na periferia, para aqueles que têm dificuldade de conseguir um emprego, para aqueles que ganham um salário mínimo e não conseguem viver até o fim do mês com ele, para mulheres árabes, para mulheres ortodoxas. Diante dos meus olhos eu vejo mulheres de todas as camadas da população e de todos os níveis de educação. Eu posso ver uma bancária e, ao lado dela, uma professora universitária. As duas precisam suportar o ônus de jornadas duplas. Ambas sentem, e com razão, que não são recompensadas por suas contribuições. Ambas precisam lutar contra um telhado de vidro, negado, mas sempre presente. O mesmo podemos dizer da mulher árabe educada que mora numa aldeia da Galileia, ansiosa para trabalhar e ajudar no sustento da família, e da nova imigrante que mora em Netivot. As duas querem caminhar de cabeça erguida, mas nenhuma delas consegue cortar a tênue linha onde se encontram as seguintes palavras: A entrada é proibida! Eu posso ver também a situação do jovem pai que precisa lutar para convencer seu chefe que merece, ao menos uma vez por semana, ver seus filhos acordados e usando roupas normais em vez de pijamas. Apesar de todas as bonitas frases sobre a nova família igualitária, nós ainda estamos muito comprometidas com as velhas normas, que prezam o trabalho e a carreira assim como os estereótipos de gênero. Eu devo admitir que já agi de acordo com estas normas em várias ocasiões. Deixem-me contar uma historia verdadeira que aconteceu alguns dias atrás. Certa tarde, eu telefonei para um colega meu, um homem em posição de destaque, e ouvi vozes infantis no fundo. Ele disse que estava levando os filhos para atividades após o horário escolar. Sem pensar, eu disse que podia apresentá-lo a uma conhecida minha. Ele respondeu: “o que é isso, Galia, eu sou casado”. Como vocês podem imaginar, o fato de um homem da sua posição estar com os filhos durante a tarde, me fez pensar que ele era divorciado e que este era o dia dele com as crianças. Eu fiquei muito envergonhada e ele me fez ver meu erro, e com razão. Ele disse que quando começou a trabalhar na posição atual, ele deixou bem claro ao empregador que, pelo menos uma vez por semana, ele sairia mais cedo do trabalho para passar algum tempo com seus filhos. Esta história revela a importância do nosso papel. Nós devemos estar presentes para garantir que um pai que quer ver seus filhos possa ser parceiro na criação deles, não tenha que sentir-se diferente e não precise lutar contra o mundo para justificar-se. Nós devemos estar presentes junto a uma professora universitária para que ela não necessite apresentar mais publicações e mais credenciais que qualquer homem no seu Departamento para tornar-se uma professora efetiva. Nós devemos estar lá para garantir que estamos representadas por mulheres na proporção certa em relação ao resto da população, em cada conferência, em cada chefia, em cada secretaria de governo. Assim, nós não teremos de aceitar desculpas tais como não podemos encontrar mulheres e aquelas que procuramos não estavam interessadas, e muitas outras explicações e pretextos deste tipo. Hoje, finalmente, nós estamos começando, tendo nas mãos um verdadeiro plano de trabalho. As decisões que alcançamos hoje são nosso plano de trabalho para os próximos cinco anos. Com certeza, nós vamos transformar estas decisões em estratégias de ação e vamos combinar cada bandeira com os modos mais efetivos de prosseguir na luta. Nós faremos demonstrações, caminhadas e propostas públicas; faremos projetos de lei e apelos à Suprema Corte; nos dirigiremos ao líder do governo e seus ministros – e desejamos que haja mais mulheres nos ministérios. Faremos mais e mais demonstrações e usaremos todos os meios disponíveis no mundo real, assim como no espaço virtual. Procuraremos o apoio de nossos parceiros, homens e mulheres, sem desistir. Nós procuraremos, incansavelmente, criar um mundo de trabalho equilibrado, que apoie a família. Lutaremos pela representação de 51% de mulheres, não menos, já que esta é a proporção na população em geral; e por salários iguais para homens e mulheres. Lutaremos para que a igualdade de gênero se torne uma parte integral do currículo do sistema educacional, e contra o cancelamento da carreira de competências entre as Cortes Rabínicas e as Cortes de Família como parte da luta pela igualdade de direitos no casamento e no divórcio. Nós faremos tudo isto nos próximos cinco anos. Não podemos conseguir tudo imediatamente. Não teremos sucesso imediato em cada um destes temas. Nós teremos de fazer concessões quando não houver alternativa, eu sei. Mas uma coisa eu prometo: não vamos deixar de sonhar e não vamos deixar de lutar. Aquilo que não pudermos conseguir agora, vai continuar como um desafio para nós. Não desistiremos até que realmente aconteça! Tradução: Adelina Naiditch]]>