Esquecer, jamais …não relembrar o Holocausto significa assassinar as vítimas pela segunda vez; tornar-se cúmplice do inimigo. Por outro lado, relembrar significa sentir compaixão pelas vítimas de todas as perseguições. Elie Wiesel, prêmio Nobel da Paz/1986 Um dia de muita tristeza para os judeus de todo o mundo. Assim é marcado o Iom Hashoá v’Hagvurá, o dia da recordação dos heróis e mártires do Holocausto, um dos mais sombrios episódios da história da humanidade, quando seis milhões de judeus – entre muitas outras vítimas – foram exterminados pelos nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial. O Iom Hashoá (Dia da Catástrofe, em hebraico), é celebrado em 27 de Nissan, data oficializada pelo então primeiro-ministro israelense, David Ben Gurion, em 1959. O objetivo é não apenas manter viva a memória das vítimas do nazismo, como também fazer o Holocausto chegar ao conhecimento do mundo e combater todas as atrocidades cometidas em nome do anti-semitismo. Costumes e tradições O Iom Hashoá é lembrado pelos judeus de todo o mundo, mas as principais cerimônias acontecem em Israel. Às 10 horas do dia 27 de Nissan, o país pára por dois minutos. As sirenes de ataque aéreo soam, veículos param e as pessoas permanecem em silêncio. Durante o dia, estabelecimentos públicos são fechados, exceto os que promovem atividades especiais relacionadas ao Holocausto. As emissoras de rádio e TV do país transmitem programação especial, com canções e documentários sobre o episódio, e as escolas oferecem aos alunos atividades relacionadas à data. As bandeiras são hasteadas a meio-pau, em homenagem aos heróis e mártires. Acendem-se velas por todo o país, com o lema “lembrar e recordar – jamais esquecer”. Outro ritual que marca a ocasião é a Marcha da Vida Mundial, na Polônia, idealizada por um sobrevivente em busca da preservação da memória do Holocausto. Surgiu em lembrança à marcha que os prisioneiros condenados à morte faziam entre Auschwitz e Birkenau. Participantes vindos de todo o mundo refazem o caminho de três quilômetros, percorrido por milhões de prisioneiros em direção à morte. Eles podem, então, se familiarizar melhor com a vida judaica do pré-guerra, visitando os antigos guetos e também campos de concentração e extermínio. Depois, o grupo parte para uma viagem de uma semana em Israel, onde acompanha as comemorações de Iom Haatzmaut, o Dia da Independência.]]>