A capital eternal
Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, que minha mão direita perca a sua destreza.
Salmos, 137: 5-6
A mais recente das festas incorporadas ao calendário judaico, Iom Ierushalaim, Dia de Jerusalém, comemora a reunificação da capital eterna do povo judeu. Em 1950, dois anos após a declaração de independência israelense, a Cidade Velha de Jerusalém havia sido anexada pela Jordânia. Nos 17 anos seguintes, a cidade permaneceu dividida em meio a um forte aparato militar. Naquele período, era proibida aos israelenses – judeus, muçulmanos e cristãos – a entrada na Cidade Velha, inclusive o acesso ao Muro das Lamentações. A situação permaneceu assim até que, em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, as tropas israelenses entraram na Cidade Velha pelo Portão dos Leões e seguiram até o Muro das Lamentações, onde enfrentaram a resistência tenaz das forças jordanianas, terminando por conquistar a cidade mais sagrada do judaísmo, ponto de peregrinação também para muçulmanos e cristãos. No dia 28 de Iyar, Jerusalém voltou a ser uma só, a capital eterna dos judeus. Imediatamente após a vitória e a reunificação, o governo promulgou a Lei de Proteção dos Lugares Santos, garantindo liberdade de culto e acesso aos locais sagrados de todas as religiões. A cidade sagrada está fortemente ligada ao povo judeu, segundo a tradição, desde o momento em que D’us conclamou o patriarca Abraão a sacrificar seu filho Isaac no Monte Moriá. Depois, David fez da cidade a capital de seu reino e seu filho Salomão lá construiu o Templo Sagrado. A cidade permaneceu como capital da casa de David até ser conquistada e destruída pelos babilônios em 586 A.C. Com a autorização dos persas, que conquistaram a Babilônia, os judeus puderam pôr fim ao exílio babilônico, retornando à Terra de Israel para reconstruir sua cidade sagrada e o Templo de Jerusalém. O Segundo Templo seria destruído pelos romanos em 70 D.C. Os judeus foram então proibidos de entrar na cidade, reconstruída como local pagão, com o nome de Aelia Capitolina. Ao longo de todos os períodos subsequentes de ocupação estrangeira em Jerusalém, a presença judaica e a íntima ligação da Diáspora com a cidade foram constantes. A frase “No ano que vem, em Jerusalém” fez parte das preces dos judeus de todo o mundo por quase dois mil anos. Até nos casamentos a cidade está presente. Ao final da cerimônia, o noivo quebra um copo para lembrar que nenhuma alegria pode ser completa enquanto o Templo Sagrado de Jerusalém não for reconstruído (literalmente ou metaforicamente). Local mais sagrado do judaísmo e parte da muralha externa do Segundo Templo, o Muro das Lamentações (Kotel Hamaaraví, muro ocidental, em hebraico), é chamado assim por ter se transformado, ao longo dos séculos, em lugar de peregrinação de judeus que choravam a destruição da pátria. O muro tem 48 metros de comprimento por 18 metros de altura. Milhões de papeizinhos, escritos em todos os idiomas, com preces, pedidos ou agradecimentos, vêm sendo colocados em suas frestas há milênios. Ao que tudo indica, o costume surgiu com a crença de que o local funciona como porta de entrada para o céu. Fonte: http://www.cip.org.br/judaismo/festividades/iom-yerushalaim/]]>