Israel: o melhor lugar para os judeus viverem?

Israel: o melhor lugar para os judeus viverem?

03/05/2011 Em uma ampla sala de sua imensa vila em Herzlia, entre objetos de arte moderna e um imenso tapete de 600 anos, o magnata judeu russo Moshe Kantor, 58, dirige um império que emprega 2,5 milhões de pessoas. Kantor, que iniciou sua carreira como estudante de aeronáutica, é hoje o presidente do Congresso Judaico Europeu, que representa 42 comunidades judaicas do continente. Sua fortuna pessoal, de cerca de 1,4 bilhões de dólares, é proveniente de um complexo produtor de fertilizantes que opera na Rússia e na China. Esta situação econômica lhe permite dedicar parte do seu tempo ao mundo judaico enquanto se movimenta de uma casa para outra e de um escritório para outro na Europa. Trechos da entrevista: Qual é o melhor lugar para os judeus viverem atualmente? Esta é uma boa pergunta, mas talvez minha resposta não lhe agradará. Penso que os judeus devem viver em toda a parte. É o destino dos judeus e esta não é uma opinião só minha,  já se lê na Bíblia que Jacob instruiu Menashe e Efraim a conduzirem a minoria do povo para Eretz Israel e a maioria deveria viver espalhada pelo mundo, na Diáspora. Eu, por exemplo, passo muito tempo em muitos lugares, temos muitas comunidades na Europa. Nosso escritório principal está em Paris e temos um segundo em Bruxelas. Eu vivo em muitos lugares, Israel, Rússia, Suíça, etc.,.A maior parte da minha família está em Israel, assim eu devo passar mais tempo aqui. O atual Estudo sobre o Antissemitismo e o Racismo que foi publicado esta semana indica uma diminuição no número de incidentes antissemitas. O senhor está satisfeito com este resultado? Definitivamente não. A tendência que se iniciou em 2008 foi tão significativa que sentimos os seus efeitos até hoje. O aumento de eventos antissemitas importantes foi o dobro do habitual em 2009. E agora começou a declinar, mas quanto? Poucos pontos percentuais. Os campeões desta lista de tendência negativa são a Grã Bretanha, França, Estados Unidos, Alemanha e outros que costumam ser mais calmos e equilibrados. Mas não é mais assim. Por que? É muito simples. Todos os observadores são unânimes neste ponto. Em primeiro lugar temos agora um novo tipo de antissemitismo na Europa – anti – Israel, provocado pela operação em Gaza. Um outro motivo é o fracasso da ideologia do multiculturalismo na Europa. Nós sabemos que Ângela Merkel, Sarkosy e David Cameron já falavam sobre isto referindo-se ao fracasso do multiculturalismo, mas que nós sabemos que não é “multi”, é apenas relacionado com a população islâmica. É politicamente correto falar assim, mas agora falamos de detalhes reais e por este motivo podemos dizer claramente: o aumento descontrolado da população proveniente do norte da África e do Oriente Médio está provocando uma nova onda de antissemitismo. O terceiro motivo, que não deve ser desprezado, e não estou falando apenas dos arruaceiros e dos neo-nazistas, que são tradicionais, falo dos altos funcionários da União Européia. Agora precisamos ser muito cautelosos, quanto mais nos distanciamos da catástrofe da Segunda Guerra Mundial, mais fraca se torna a memória histórica. Atualmente muitas pessoas se dizem cansadas de toda esta conversa de Holocausto. Como se apresenta o antissemitismo em 2011? Em primeiro lugar, temos os boicotes contra intelectuais israelenses O que é isto? Como é possível ? Na Europa unificada, que por definição é o maior exemplo de tolerância, a maioria dos países está boicotando não um país totalitário, mas uma democracia, Israel, que é o maior aliado da Europa no Oriente Médio. Um outro exemplo são os sites antissemitas na internet, livros, etc., que não são banidos, mas sim distribuídos em bibliotecas, escolas e universidades. O senhor já sofreu pessoalmente com algum tipo de ato antissemita? Há alguns anos, durante as comemorações dos 65 anos do massacre de Babi Yar na Ucrânia, junto com o presidente Yuschenko. Um dos jornais locais me atacou ferozmente, dizendo que eu era um espião e havia trazido mísseis para o presidente. Disseram que eu era uma pessoa vil. Eu os processei e sabe como eles se desculparam?  Eles escreveram o mesmo artigo, repetiram tudo e no final, em letras bem miúdas escreveram: “isto não é verdade”. Se alguém mente sobre você é preciso tomar precauções para proteger-se. O que o Congresso Judaico Europeu está fazendo para combater o antissemitismo? Nahum Goldman, o fundador do Congresso Judaico Mundial, disse que o antissemita é alguém que odeia os judeus mais do que o necessário. Não devemos dar aos nossos oponentes uma base para discutir esta definição. Nós apoiamos os interesses centrais de Israel. Para os judeus que vivem fora de Israel o estado judeu é a maior garantia para o futuro e esta garantia deve ser respeitada e cuidada. Nós criamos algumas instituições dedicadas a valores como a reconciliação e a tolerância. Como o fazemos? Acima de tudo educação, educação e educação. Mas não nas universidades nem nas escolas, mas sim nos jardins de infância. Se for com maiores de seis anos, esqueça, você não vai conseguir nada. Em segundo lugar, a reconciliação só é possível com base no pleno reconhecimento da verdade histórica e em terceiro, a legislação deve produzir o mapa do caminho para a reconciliação. Quais são os seus planos para o próximo ano? Nós estamos preparando um evento significativo para prevenir a deslegitimação de Israel. Será na Polônia no final do ano, com o primeiro ministro Netanyahu e o primeiro ministro polonês Tusk. Para este fim vamos utilizar a presidência polonesa da União Européia, começando neste verão, próximo ao debate sobre o reconhecimento do estado da Palestina na ONU, porque estas duas questões estão relacionadas: a deslegitimação de Israel e o reconhecimento da Palestina sem negociação com Israel. Como o senhor consegue dirigir uma organização que é responsável por 42 comunidades em todo o continente europeu? Eu tenho a habilidade do pensamento paralelo, incluindo aí negócios, família, vida pública. Tudo se combina na minha cabeça como se combina na vida real. E não tenho escritório próprio – trabalho apenas com dois portfólios, tudo está aqui: computadores, i-fones, i-pads. É o suficiente para mim, não tenho problemas porque passa facilmente de uma parte do cérebro para outra. E não existe contradição entre a minha vida familiar e a vida pública – ambas são judaicas.   Fonte: site do WJC – World Jewish congress Tradução – Adelina Naiditch]]>

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