01/09/2011 Enquanto a administração Obama tenta impedir a tentativa palestina de reconhecimento unilateral de um Estado Palestino na Assembléia Geral da ONU, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, demonstra ser tão obstrutivo e hipócrita quanto seu falecido antecessor, Yasser Arafat. Na semana passada ele declarou: “Não nos obriguem a reconhecer um estado judeu, nós não aceitamos.” Na concepção dele, uma Palestina Árabe deve ser “judenrein” (livre de judeus). Em 28 de julho de 2010 ele declarou no Cairo: “Eu posso aceitar que uma terceira parte, tal como forças da OTAN, supervisione um acordo de paz entre Israel e os palestinos, mas eu não aceito a presença de judeus nas forças da OTAN ou que mesmo um único israelense possa viver em terras palestinas.” Considerem que o Irã, o Paquistão e o Afeganistão, assim como a Mauritânia, na África Ocidental, são oficialmente “Repúblicas Islâmicas”; o Egito e a Síria se auto-denominam “Repúblicas Árabes”; a Jordânia, por sua própria definição, é um reino “hashemita”, o que significa que se considera descendente direta do profeta Maomé e o site da embaixada da Arábia Súdita proclama que o país é “uma nação moderna que adere ao Islã, honra sua herança e sua tradição árabes e caminha vigorosamente para o futuro a serviço do Islã…” De acordo com a visão geopolítica islamocêntrica de Abbas, os árabes têm direito a uma miríade de estados espalhados por todo o Oriente Médio e norte da África, mas ele não admite um único estado judeu na sua vizinhança. Na verdade, a comunidade internacional reconheceu Israel como um estado judeu muito antes de Abbas e seus parceiros entrarem em cena. Em 11 de outubro de 1947, Hershel V. Johnson, o representante dos Estados Unidos nas Nações Unidas, explicou na reunião da Comissão Especial para a Palestina que “como resultado da Primeira Guerra Mundial, uma grande área do Oriente Próximo, incluindo a Palestina, foi liberada e numerosos estados ganharam a sua independência. Os Estados Unidos, tendo contribuído para a vitória com recursos e com seu sangue, não poderiam se eximir de uma certa responsabilidade na maneira como os territórios liberados estavam sendo dispostos ou pelo destino dos povos liberados naquela ocasião”. Na opinião dele, estes povos deveriam ser preparados para o auto-governo e também que um lar nacional para os judeus deveria ser estabelecido na Palestina. Johnson continuou: “em 1917 o governo da Grã-Bretanha, na conhecida Declaração Balfour, anunciou que via favoravelmente o estabelecimento de um lar nacional para o povo judeu na Palestina e que usaria seus melhores esforços para alcançar este objetivo, sendo claramente entendido que nada deveria ser feito que pudesse prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não judaicas da Palestina ou os direitos e o status político dos judeus em qualquer outro país”. Parece um paradoxo o fato de ter sido Andrei Gromiko, embaixador da União Soviética na ONU, quem melhor expressou o significado da partilha da Palestina, em 27 de novembro de 1947: “A experiência adquirida com o estudo da questão palestina, incluindo a experiência da Comissão Especial, mostrou que os judeus e os árabes da Palestina não desejam ou não conseguem viver juntos. A conclusão lógica é que, se dois povos que habitam a Palestina, ambos tendo laços históricos profundos com aquela terra, não podem viver juntos dentro das fronteiras de um único estado, não vejo outra alternativa senão criar, em vez de um único país, dois estados – um árabe e um judeu. Para a nossa delegação é a única solução viável.” Dois dias mais tarde, em 29 de novembro de 1947, a Assembléia Geral da ONU adotou a resolução 181 que previa o estabelecimento de dois estados independentes na Palestina, um árabe e um judeu. A liderança sionista aceitou os termos da resolução 181, que também previa a internacionalização de Jerusalém e destinava ao futuro estado judeu uma parte inteiramente inadequada da Palestina. Se as nações árabes tivessem feito o mesmo, um Estado Palestino árabe teria surgido na primavera de 1948. Em vez disto, em 15 de maio de 1948, seis exércitos árabes tentaram, sem sucesso, destruir o nascente estado de Israel. Sessenta e quatro anos mais tarde, ecoando as palavras de Gromiko, o Ministro do Exterior da França, Alain Juppé, declarou publicamente que “ não haverá solução para o conflito no Oriente Médio sem o reconhecimento de duas nações-estado para dois povos: a nação-estado de Israel para o povo judeu e a nação-estado da Palestina para o povo palestino”. A não ser que Mahmud Abbas e os outros líderes palestinos reconheçam que Israel não é uma nação qualquer, mas que foi criado para ser o lar e o refúgio dos judeus de todo o mundo, não haverá esperança de uma paz genuína entre Israel e os palestinos. Fonte – World Jewish Congress Tradução – Adelina Naiditch ]]>