19/05/2011 O ministro da justiça da Bélgica, o cristão democrata flamengo Stefaan De Clerck está enfrentando pressões para que renuncie devido aos seus comentários durante um debate na TV no qual sugeriu um perdão geral para todos os belgas que colaboraram com os nazistas alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Ele disse também que “nós deveríamos esquecer o que passou, devemos agir como adultos ao falar sobre o assunto e esquecer porque é passado”. Mais tarde ele procurou atenuar o dano causado dizendo que foi mal interpretado, insistindo: “Não devemos esquecer ou minimizar os fatos. No entanto, nós devemos ser capazes de fazer uma interpretação correta dos fatos e enfrentá-la de maneira razoável”. O Centro Simon Wiesenthal pediu a renúncia de De Clerck e Elan Steinberg, vice-presidente da Associação Americana de Sobreviventes do Holocausto e Seus Descendentes, disse: “Os sobreviventes do Holocausto condenam a proposta do ministro De Clerck como uma negação da justiça. Esta sugestão vergonhosa é um insulto à memória de todas as vítimas da ocupação brutal da Bélgica pelos nazistas, tanto judeus como não judeus. É uma expressão chocante de “amnésia moral” e nós pedimos a todos os partidos e instituições belgas que rejeitem esta proposta.” Na semana passada, por 30 votos contra 26, o Senado belga aceitou elaborar uma lei proposta pelo partido xenófobo de extrema direita Vlaan Belang para conceder anistia a todos aqueles que colaboraram com os nazistas durante a guerra. O projeto de lei ainda precisa ser aprovado pela câmara baixa do parlamento. Em Flandres, a região de língua holandesa da Bélgica, muitas pessoas acreditam que os expurgos que seguiram a liberação da Bélgica atingiram principalmente a sua área enquanto que os processos foram raros na Wallonia, de língua francesa. Eli Ringer, membro do Fórum das Organizações Judaicas de Antuérpia, declarou à revista Joods Actueel que tinha ficado chocado e aflito quando soube da proposta de anistia. Cerca de 25.000 judeus belgas foram deportados de Bruxelas para Auschwitz depois de caçados pelas autoridades que frequentemente colaboravam com os nazistas. Apenas 1200 pessoas sobreviveram. Depois da guerra cerca de 400.000 belgas foram investigados por colaboração, 56.000 foram julgados e condenados e 242 foram executados. Dos cerca de 50.000 presos apenas 2.500 ainda estavam na prisão em 1950, o resto foi perdoado. Em 2007 o governo belga apresentou desculpas formais pela “colaboração indigna de uma democracia” que foi desastrosa para a população judaica. Fonte – WjC – World Jewish Congress Tradução – Adelina Naiditch]]>
