28/04/2011 O parlamento da Finlândia elegeu o único parlamentar judeu do país, Ben Zyskowicz. 56, como seu novo presidente. Zyskowicz é membro do parlamento desde 1979, o primeiro judeu a ser eleito. Nas eleições parlamentares da semana passada ele se tornou o nono político mais popular do país. Zyskowicz nasceu em Helsinque. Seu pai, Abram, era um judeu polonês que sobreviveu ao Holocausto e depois foi para a Suécia onde conheceu sua esposa, Ester Fridman, uma judia finlandesa. A esposa de Ben Zyskowicz é muçulmana da comunidade Tatar da Finlândia. O casal tem duas filhas. A seguir alguns dados sobre os judeus da Finlândia: PEQUENA HISTÓRIA DOS JUDEUS FINLANDESES O território que é conhecido como Finlândia atualmente foi por mais de 500 anos, até 1809, parte do reino sueco. De acordo com a lei sueca da época era permitido aos judeus estabelecer-se em apenas três cidades do reino, nenhuma no território da Finlândia. Em 1809, em conseqüência da derrota na guerra Russo-Sueca, a Suécia perdeu o controle da Finlândia e foi estabelecido um Grão Ducado Autônomo da Finlândia dentro do Império Russo. No entanto, a constituição e o sistema legal suecos foram mantidos e a proibição do estabelecimento de judeus na Finlândia continuou. A presença judaica na Finlândia começou realmente na primeira metade do século XIX quando foi permitido que soldados judeus, conhecidos como cantonistas, que haviam servido no exército russo, aí permanecessem após deixar o exército. A presença de judeus era regulamentada pelo decreto de 1858 que permitia a estes ex-soldados e suas famílias residir temporariamente na Finlândia. Em 1889 um novo decreto permitiu que um pequeno número de judeus, mencionados pelo nome, permanecesse no país, apenas em algumas cidades. Era-lhes permitido apenas dedicar-se ao comércio de roupas usadas. Eram proibidos de participar de feiras ou de executar suas atividades fora de sua cidade de residência e a menor violação de qualquer destas limitações servia de motivo para a sua expulsão do país. Os filhos destes judeus poderiam permanecer enquanto morassem com os pais ou não fossem casados. A luta pela igualdade de direitos começou na Dieta Finlandesa (parlamento) em 1872. O debate sobre a emancipação que começou naquela época continuou até o fim do século sem mudanças. Havia então cerca de 1.000 judeus no país. Foi somente em janeiro de 1918 que o parlamento promulgou o ato da Confissão Judaica que permitiu, pela primeira vez, que os judeus se tornassem cidadãos do país. No período entre as duas guerras mundiais a população judaica aumentou para cerca de 2.000 pessoas como resultado da imigração, principalmente da Rússia Soviética no início da revolução. Muitos jovens judeus puderam então freqüentar a universidade e seguir profissões liberais como médicos, advogados e engenheiros. Alguns se voltaram para a indústria, mas a maioria permaneceu no comércio têxtil e de roupas. Salvo algumas poucas exceções, os judeus não participavam da política nem pertenciam a partidos políticos. Durante a guerra entre Finlândia e Rússia em 1939-40, os judeus lutaram ao lado de seus compatriotas não judeus. Durante a ocupação nazista na Segunda Grande Guerra, apesar da forte pressão alemã, o governo finlandês se recusou a agir contra os seus cidadãos de origem judaica que assim puderam manter seus direitos civis. Após a Segunda Guerra a integração dos judeus na sociedade finlandesa foi completa. Muitos jovens judeus finlandeses participaram como voluntários na guerra pela independência de Israel, havendo então um movimento de aliá. Atualmente, a população judaica finlandesa é de cerca de 1.500 pessoas, sendo que cerca de 1.200 vivem em Helsinque, 200 em Turku e 50 em Tampere. Existem comunidades judaicas organizadas em Helsinque e Turku com suas sinagogas de orientação asquenazi-ortodoxa. A comunidade de Tampere encerrou suas atividades em 1981. As comunidades são afiliadas ao Conselho Europeu de Comunidades Judaicas e ao Congresso Judaico Mundial. Hoje, a maioria dos judeus finlandeses trabalha em corporações ou exerce alguma profissão liberal. Poucos são funcionários públicos. Em 1979 o primeiro judeu foi eleito para o parlamento onde permanece até hoje. Existem também alguns artistas judeus, tais como pintores, músicos e escritores e também cientistas judeus na Finlândia. Fonte: Newsletter do WJC – World Jewish Congress Tradução – Adelina Naiditch]]>