A secretária de Políticas para as Mulheres (SPM), Márcia Santana, convidada pelas mulheres israelitas na Na’Amat, participou, neste sábado, 30, da mesa redonda “Violência Doméstica – Direitos da Mulher” do segundo dia de encontro Kinus XVII- Chai 2011, no salão de eventos do hotel Plaza São Rafael. Foi um momento marcante de troca de informações entre Israel e Brasil em torno dos Direitos Humanos, com ênfase nos direitos da mulher. Esta organização possui como missão contribuir para o desenvolvimento e a valorização da mulher e preservar as tradições e a identidade judaico- sionista. A secretária Márcia Santana enfatizou a importância da Lei Maria da Penha para o combate a qualquer tipo de violência contra as mulheres no Brasil. “A Lei contribui para superar o machismo no Rio Grande do Sul, que tem uma cultura muito dura! Mas, a mudança cultural é necessária também com a participação do homem”, complementa. A mídia exerce um papel importante nesta transformação, que tem emitido informações errôneas acerca da construção da imagem da mulher. Para a secretária, é primordial o investimento em campanhas midiáticas fortalecendo a equidade de gênero. “Quando aparece na novela uma mulher que trai o homem e a agride verbalmente e fisicamente, nós escutamos muito da população “ela merecia”. Nada justifica os padrões de agressões e a mídia precisa participar desta mudança de paradigmas!”, enfatiza Márcia Santana. Logo depois, falou de alguns dos projetos da SPM como a capacitação profissional das mulheres e enfatizou que a mulher precisa ter autonomia financeira e social para diminuir a violência. Finalizou sua fala convidando todas (os) presentes a participarem da IV Conferência Estadual de Politicas para as Mulheres, e disponibilizou a SPM para capacitar as mulheres da Na’Amat a lidarem com os fatores que cercam a violência doméstica. Segundo a palestrante, advogada israelita, Tália Livni, Israel vive um momento de construção para a transformação cultural em relação aos direitos da mulher. Por ser um país de imigração, cada organização, departamento judicial do país, lida diferente com a violência. “Lidar com o status da mulher frente a sociedade israelita ainda exige trabalho. No momento em que o governo entra em ação no caso de mulher agredida, somente ele está processando, ou seja, a família da mulher não era escutada, somente a do homem. Foi nisto que a Na’Amat começou a agir na lei. Autorizando a mulher a falar”, diz Livni. Hoje, Israel possui 57 abrigos para mulheres violentadas mantidas por Organizações Não Governamentais (ONG) atuando no âmbito desta questão. “A mulher perde toda a dignidade nesses casos. Então, são encaminhadas aos abrigos, onde podem ser levadas aos abrigos mais distantes de onde moram para não serem agredidas”, complementa. Outro ponto abordado por Tália Livni é o empoderamento da mulher e a desconstrução do preconceito entre as famílias e sociedade.” A educação é fundamental para o esclarecimento do direito da mulher. As pessoas não falam sobre violência contra a mulher. O silêncio entre a família é muito forte. No trabalho é um espaço propricio para serem esclarecidas algumas dúvidas. É necessário sempre um diálogo”, finalizou a advogada que informou a necessidade de lutarem por esta causa, além de cursos de capacitação aos juízes e médicos israelitas por serem um dos responsáveis pelo atendimento à mulher. Um momento de grande emoção foi o vídeo da AVON que explica o processo pelo qual toda mulher violentada passa e como renascer neste momento, além dos passos a serem dado judicialmente, trazido pela palestrante, assistente social do Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do RS, Izabel Cristina Peres Fagundes que destacou a importância da Lei Maria da Penha como marco neste tema. ” A Lei trouxe à tona o grande número de mulheres violentadas que antes era velada. Não tem como pensar que se resolve do dia para o outro a questão da violência contra a mulher pois existe um ciclo. Em 2007, no Estado, não houve nenhuma sentença condenatória, em 2009 já houveram quatro e no ano de 2010 subiu para 40. Então, considero um processo de evolução”, finaliza Isabel. Também participou da mesa redonda a socióloga Lucia Kummel que falou sobre a violência contra as crianças e que nelas encontram-se os homens do futuro. fonte: ASCOM SPM/RS]]>