Uma história pessoal de valorização da mulher

Uma história pessoal de valorização da mulher

Shirli Shavit Tradução – Adelina Naiditch

Uma mulher chamada Anat procurou um dos Centros de Direitos da Mulher de NA’AMAT a procura de aconselhamento jurídico. Depois de falar com ela, a advogada Alicia propôs que se convidasse o seu marido para um encontro de conciliação. O marido se recusou a comparecer alegando que NA’AMAT era “uma instituição que só favorece a mulher” e que, uma vez que ele é homem, NA’AMAT não teria interesse em fazer qualquer coisa por ele.

Finalmente, após muita insistência, eu consegui convencer o marido a encontrar-se com Alicia, que já estava fazendo um excelente trabalho de mediação para o casal.

Ao examinar o formulário de inscrição de Anat eu percebi que ela não estava trabalhando e então eu perguntei a ela se não estava interessada em conseguir um emprego. Ela respondeu que não conseguia encontrar trabalho e que este era o motivo pelo qual ainda não tinha colocado a filha em uma creche.

É desnecessário dizer que resolvi ajudá-la na hora e, para começar, passei-lhe um “tema de casa”. Eu preparei um formulário de currículo e pedi a ela que o preenchesse detalhadamente. Quando ela o devolveu verifiquei que tinha muitos erros de ortografia e que algumas frases não tinham a menor conexão com o contexto geral.

Questionada, ela falou que tinha vergonha de contar que teve problemas de aprendizado; quando criança tinha sido enviada a uma escola para crianças retardadas por 3 anos!  Somente 3 anos depois de sua mãe começar uma batalha contra o Ministério da Educação ela finalmente conseguiu ser aceita em uma escola regular. Infelizmente, esta também não foi uma experiência muito boa para ela.

Anat contou que o diretor da escola disse para sua mãe que “eventualmente ela iria se arrepender de ter enviado a filha retardada para a nossa escola.”

O mais surpreendente desta história é que Anat é uma mulher encantadora que se expressa de maneira correta e tem grandes habilidades verbais. Mas suas dificuldades de aprendizado a impediram de ter sucesso em várias ocasiões.

Fiz um trabalho individual com ela, enfatizando o preparo dela para o trabalho, escrevendo um currículo, ensaiando e praticando a maneira de agir nas entrevistas. Para recuperar o tempo que ela perdeu sem conseguir emprego e sem uma creche adequada para sua menina eu decidi “matar dois coelhos com uma só cajadada”. Como ela tem um certificado que a habilita a trabalhar como metapelet (atendente), assim como bastante experiência no cuidado de crianças, eu a enviei a uma creche de NA’AMAT para uma entrevista e a outra de nossas creches para encontrar o lugar adequado para sua filha.

Para encurtar a história, atualmente ela trabalha como metapelet em uma de nossas creches e sua filha é cuidada em outra de nossas creches.

Quanto a sua relação conjugal, ela e o marido foram enviados para a terapia de casais e já estão apresentando alguma melhora.

Que satisfação!

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