03/06/2011 Debaixo dos becos populosos e dos locais sagrados da Jerusalém Antiga centenas de pessoas percorrem túneis, câmaras medievais e condutores de esgotos romanos numa cidade subterrânea em rápida expansão e invisível nas ruas acima. No nível da rua, a Cidade Velha murada é um enclave agitado cuja paisagem física é predominantemente islâmica e com uma população principalmente árabe. A Jerusalém subterrânea é diferente: aqui o ruído diminui, o forte sol do Oriente Médio desaparece e a luz vem de lâmpadas fluorescentes, sente-se um cheiro de terra e de mofo e a geografia lembra uma cidade judaica que existiu há 2.000 anos. As escavações arqueológicas embaixo da disputada Cidade Velha são um assunto muito sensível. Para Israel os túneis são a prova da profundidade das raízes judaicas e têm atraído muitos turistas: o número de visitantes, principalmente judeus e cristãos, aumentou para mais de 1 milhão em 2010. Mas muitos palestinos, que rejeitam a soberania de Israel na cidade, vêem estes túneis como uma ameaça a suas reivindicações. Alguns críticos dizem que se atribui um valor exagerado à história judaica. Dentro de dois meses será aberto um novo caminho subterrâneo e quando isto acontecer teremos mais de 1 quilômetro de vias embaixo da cidade ; e com mais um projeto que está em andamento, logo será possível passar muito tempo em Jerusalém sem ver a luz do dia. Num labirinto de salas e corredores embaixo do Quarteirão Árabe os trabalhadores limparam o entulho e instalaram suportes de aço para garantir a segurança e sustentar os frágeis arcos do tempo dos mamelucos, com cerca de 700 anos. No nível do chão, acima, um grupo de turistas franceses penetrou numa passagem escura no Quarteirão Judaico e uma hora depois emergiu encontrando-se entre as lojas árabes da Via Dolorosa, o tradicional roteiro de Jesus quando se dirigiu para a crucificação. Ao sul da Cidade Velha os visitantes podem entrar em um túnel escavado na rocha por um rei judeu 2.500 anos atrás e caminhar com água pelos joelhos embaixo do bairro árabe de Silwan. No próximo verão será aberta uma nova passagem nas redondezas: um condutor de esgotos que se supõe ter sido usado por rebeldes judeus que fugiam dos romanos que destruíram o Templo de Jerusalém no ano 70 da Era Comum. O condutor segue colina acima passando embaixo da Cidade Velha antes de permitir a saída próximo do local onde antigamente se encontrava o Templo de Jerusalém e agora se encontra a Mesquita de Al-Aqsa e o dourado Domo da Rocha Autor – Matti Friedman Fonte – WJC – World Jewish Congress Tradução – Adelina Naiditch]]>