Discurso proferido pela presidente da Na’amat Pioneiras Brasil, Céres Maltz Bin, na sessão solene do dia 10 de outubro na Câmara de Vereadores de São Paulo em homenagem aos 90 anos da Na’amat Mundial, sendo o proponente, desta sessão, o Vereador Floriano Pesaro. É uma grande satisfação estar aqui na homenagem a Na’amat Pioneiras, organização feminina que sempre se empenhou no trabalho de elevar o estatuto da mulher e da cultura judaica. Neste ano de 2011, nossa Organização comemora 90 anos de sua fundação em Israel. Somos o maior movimento feminino organizado em Israel, e, no Brasil, estamos presentes do sul ao norte totalizando 13 centros em 10 capitais. A história da luta da mulher por seus direitos sociais e pela igualdade de oportunidades é certamente antiga. Podemos pensar que começou com Betty Friedan, mas também podemos imaginar que começou com Sara, Rebeca, Rachel, Lea, Miriam e Ruth; personagens bíblicas que reportam a importância da mulher nos desenvolvimento de uma cultura. Nossa história, a história de Na’amat Israel, pode ser contada a partir da imigração de judeus para Israel, entre 1886 e 1920. Em 1921, inspirada na frase de Theodor Herzl: “Uma nação que luta para ser reconhecida como igual entre outras nações tem de aceitar as mulheres como iguais entre os homens”. As mulheres pioneiras queriam criar um Estado ao lado dos homens e, assim, fundaram a Moetzet Hapoalot, o departamento feminino da central sindical de trabalhadores de Israel. Após sua criação, diversos grupos de mulheres trabalhadoras se uniram com o propósito de treinar outras mulheres para trabalhar, efetivamente, no desenvolvimento de uma sociedade pioneira. Em 1978, a Moetzet Hapoalot adotou a denominação universal de NA’AMAT – sigla que, em hebraico, significa Mulheres Trabalhadoras e Voluntárias. Hoje, sua prioridade continua sendo a promoção e o fortalecimento do status da mulher na família, no trabalho e na sociedade, não só em Israel, como no mundo. – Ao todo, somos 20 mil membros nas sucursais de Na’amat pelo mundo. No Brasil, Na’amat Pioneiras foi fundada por 7 mulheres voluntárias em 1948 na cidade de Porto Alegre. Nossa missão “Contribuir para o desenvolvimento e a valorização da mulher e preservar as tradições e a identidade judaico.” nos mantêm alinhadas em nosso caminho e em nossas ações. Nós, voluntárias, estamos comprometidas diariamente com nossos propósitos, engajadas nas causas sociais, lutando para minimizar as injustiças e buscando elevar o status da mulher na sociedade. A Na’amat, em Israel, está em toda parte: são 30 sucursais regionais por todo o país; são 17 mil bebês e crianças atendidas em 260 creches; 3 mil e 500 alunos educados em 20 Escolas Secundárias Tecnológicas; são 2 Vilas Agrícolas para Jovens (internatos); 30 Escritórios de Aconselhamento Legal (jurídico) e 5 Centros de Direitos da Mulher, além do Centro Glickman, para tratamento e a prevenção da violência familiar. As creches construídas, o Centro Glickman, as escolas agrícolas são exemplos do crescimento da Organização e do trabalho desempenhado. Os cursos profissionalizantes visam preparar mulheres judias e não judias para serem inseridas no mercado de trabalho; o departamento Jurídico é muito atuante, principalmente, na área do Direito de Família. A Na’amat Brasil conta hoje ao redor de 1800 voluntárias. Entre nossos projetos direcionados para a comunidade judaica e para a sociedade brasileira, estão: – cursos profissionalizantes. – campanha de arrecadação de livros e brinquedos – de doação de sangue – trabalho voluntário junto às creches municipais. – festivais culturais como o do cinema judaico e – cursos de culinária judaica. Devemos sempre lembrar da importância de nossa luta e engajamento. Cada projeto ou ação executada por Na’amat é sinônimo de benfeitoria. Nosso engajamento e dedicação faz com que executemos todas as ações propostas, com alegria e carinho. Em cada projeto que fazemos, vão horas de trabalho e empenho. A história de Na’amat constrói-se a cada dia, com o empenho de cada voluntária. Nos tornamos responsáveis não só pela melhoria do status da mulher, mas também pela preservação dos costumes e tradições judaicas. Esses 90 anos são a base de nossa luta, base resultante de muito trabalho e dedicação das voluntárias de ontem e de hoje. Continuamos semeando o nosso trabalho, para que as voluntárias de amanhã dêem continuidade a essa História. A força da Na’amat teve já grandes expressões. Entre estas a eleição de uma das primeiras governantes femininas do mundo, a trabalhista: Golda Meir Eu me sinto muito honrada em estar presente nesta casa representando um grupo de mulheres judias com valores universais voltados para a liberdade de expressão, solidariedade e ajuda ao próximo. Orgulhosa de estar presente numa casa que tem no vértice superior de seu sistema de governo, também uma mulher, o que constitui mais um emblema das conquistas das mulheres brasileiras e do mundo. Muito obrigada! ]]>