O número de judeus gregos beneficiados por esta emenda não passa de 350. Seus descendentes, embora aptos, não receberão a cidadania automaticamente. Eles devem solicitá-la e enquadrar-se em certos critérios para receber a cidadania e os passaportes gregos. Esta mudança chega após 65 anos de esforços e apelos feitos pela comunidade judaica da Grécia. Cerca de 90 por cento da população judaica grega de 70.000 pessoas foi exterminada durante o Holocausto, quando o país foi ocupado por tropas alemãs. Durante a Segunda Guerra Mundial, muitos judeus conseguiram escapar para a Turquia onde o representante consular grego tentou persuadi-los a alistarem-se no exército grego no Egito. Aqueles que recusaram e queriam alcançar a Palestina foram destituídos da sua cidadania. Outro grupo de judeus gregos lutou com os partisans comunistas contra os nazistas. Após a guerra, durante a guerra civil na Grécia de 1946 a 1951, membros do grupo foram caçados como comunistas e muitos foram executados, aprisionados ou exilados em campos de concentração. Para fugir deste destino muitos judeus aceitaram a oferta do governo de poderem partir para a Palestina, perdendo a cidadania. Durante o debate na Comissão Jurídica do Parlamento da Grécia, o Ministro da Justiça, Harry Kastanidis, disse: “É uma honra para a Grécia ver estas pessoas recuperando a sua cidadania, honra que a Grécia deveria ser obrigada a conceder sem questionamentos.” Tanto a extrema-direita quanto o partido antissemita LAOS e o partido comunista se opuseram à emenda. Os comunistas acusaram o governo grego de estreitar seus laços com Israel para impulsionar os “planos imperialistas de explorar as reservas de gás natural no Mediterrâneo”. Nos últimos meses Grécia e Israel estreitaram seus laços. Na semana passada os dois países assinaram um acordo de cooperação na área da segurança. O ministro da Defesa grego Panos Beglitis e seu colega israelense Ehud Barak assinaram em Jerusalém um memorando de cooperação. Foi a primeira visita oficial de um ministro da Defesa grego a Israel. O embaixador de Israel na Grécia, Arie Mekel, ressaltou o “número sem precedentes de visitas de alto nível entre Israel e Grécia neste ano.” Ele disse que a visita de Beglitis era a prova da “melhora dramática das relações entre Grécia e Israel em benefício dos dois países.” Artigo publicado em 06 de setembro de 2011 no WJC – World Jewish Congress Tradução: Adelina Naiditch]]>