14/07/2011 Um judeu italiano, sobrevivente dos campos de morte nazistas, cuja história inspirou o filme vencedor do Oscar “ A Vida é Bela ,” morreu em Roma aos noventa e um anos. Rubino Romeo Salmoni foi um dos poucos judeus italianos que conseguiram sobreviver aos campos de extermínio e voltar para casa após a Segunda Guerra. Seus dois irmãos não tiveram a mesma sorte – ambos morreram nos campos. Ele contou suas terríveis experiências em um livro “ No final, eu derrotei Hitler”,usando ironia e humor negro para descrever as condições em Auschwitz, para onde foi levado. O livro inspirou o ator italiano Roberto Benigni a escrever o roteiro para “A Vida é Bela” filme no qual interpreta um judeu italiano que tenta proteger o filho dos piores horrores da vida no campo fazendo a experiência parecer um jogo. Ralmoni conseguiu escapar da primeira caçada aos judeus no gueto de Roma em outubro de 1943, mas foi preso pela polícia fascista em abril de 1944. Primeiro ele foi levado para uma prisão em Roma e depois foi transferido para um campo de internação em Fossoli, próximo a Modena, no norte da Itália, naquilo que ele descreveu mais tarde como o início de “ um longo caminho para o inferno”. Ele chegou em Auschwitz aos 24 anos de idade. Mais tarde ele escreveu: “ Em Auschwitz eu não era mais Rubino Romeo Salmoni, eu era apenas o judeu número A15810, que devia ser exterminado.” Realizando trabalhos forçados, ele conseguiu sobreviver até que o campo foi liberado em 1945. Nas décadas seguintes ao fim da guerra ele contou muitas vezes a sua história, frequentemente em escolas e universidades, determinado a não permitir que o Holocausto seja esquecido. Ele descreveu a vida no campo como um “inferno”, uma luta constante contra a fome, o frio e a exaustão, onde os prisioneiros eram duramente tratados pelos guardas. As chamadas feitas de manhã pelo comandante do campo podiam durar várias horas enquanto os prisioneiros tremiam de frio, descalços na neve. Ele considerava sua sobrevivência como um triunfo contra o nazismo: “Ainda estou aqui, são e salvo. Eu saí vivo de Auschwitz, tenho uma linda família, comemorei minhas bodas de ouro, tenho doze netos maravilhosos – acho que posso dizer que arruinei os planos de Hitler para mim.” Em sua memória foram prestados numerosos tributos, tanto por grupos judeus na Itália como no exterior. Gianni Alemanno, prefeito de Roma, referiu-se a ele como “um grande homem que com sua determinação e coragem conseguiu salvar-se do inferno de Auschwitz-Birkenau. Romeo foi um exemplo para os jovens e para todos os italianos.” Autor – Nick Squires Fonte – World Jewish Congress Tradução – Adelina Naiditch]]>