CAMPANHA DA NA’AMAT DIRIGIDA AOS HOMENS
Os pais devem participar mais na criação dos filhos Lidar Gravé-Lazi
No sábado passado foi comemorado o Dia Internacional da Mulher. Na quinta-feira, Na’amat – Movimento de Mulheres Trabalhadoras e Voluntárias – lançou uma campanha pedindo aos pais que assumam mais responsabilidades.
“A ideia da campanha é que os pais se tornem parceiros na criação dos seus filhos, assim a diferença entre pais e mães no local de trabalho diminuirá e, eventualmente, desaparecerá”, declarou Galia Wolloch, presidente da Na’amat, ao jornal Jerusalem Post.
De acordo com Wolloch, empregadores e a sociedade como um todo, vêem as mulheres como as únicas responsáveis pela criação dos filhos, assim, quando chega a hora das promoções, eles preferem promover os homens em vez das mulheres. Isso leva a “diferenças ridículas nos salários” e à desigualdade no local de trabalho.
“Por que só as mulheres devem ficar em casa e cuidar das crianças quando estas ficam doentes? Por que os pais não podem tirar um dia de folga para levar seus filhos para a vacinação? Por que os pais não podem buscar seus filhos na pré-escola pelo menos duas vezes por semana? Por que os pais não podem compartilhar essa responsabilidade?” perguntou Wolloch.
“Quando mais pais compartilharem a tarefa de criar seus filhos, as barreiras de gênero irão lentamente desaparecer e as mulheres poderão progredir no trabalho e em todas as áreas da sociedade”, disse ela.
Como parte da campanha, Na’amat criou uma linha direta de telefone que oferece aconselhamento para os pais que quiserem envolver-se mais na criação dos seus filhos.
“Isso inclui também a necessidade de os pais receberem mais direitos trabalhistas de seus patrões”, disse Wolloch.
Ela explicou que atualmente as mães recebem três meses de licença maternidade remunerada que pode ser compartilhada com os pais, mas muito poucos pais se interessam.
Na’amat, num esforço para promover a igualdade de gênero, está trabalhando para apresentar um projeto de lei, patrocinado pelo membro da Knesset Erel Margalit (Avodá), que garante aos pais três semanas de licença remunerada, além dos três meses da licença maternidade da mãe.
Isso poderá permitir aos pais ficarem mais tempo em casa cuidando do bebê e compartilhando as responsabilidades, declarou Wolloch.
NA’AMAT EXIBE ABRIGOS PARA COMEMORAR O DIA INTERNACIONAL DA MULHER
A comunidade mundial comemorou o Dia Internacional da Mulher no sábado. Na quinta-feira, a Assessoria de Imprensa do Governo, o Ambassadors’ Club de Israel e Na’amat – Movimento de Mulheres Trabalhadoras e Voluntárias – uniram-se nas comemorações, realizando um tour para diplomatas estrangeiros e jornalistas.
“Atualmente existe uma barreira para as mulheres e muito poucas conseguiram rompê-la e alcançar posições de destaque. As mulheres precisam de apoio, sejam elas de Israel ou do exterior”, declarou Galia Wolloch, presidente da Na’amat Israel, durante o tour.
Focado na elevação do status da mulher e na cooperação entre mulheres judias e árabes, o evento incluiu uma visita à creche Hashalom, de Na’amat, em Jaffa, um centro bilíngüe para crianças judias e árabes, onde os visitantes puderam ver como crianças judias, muçulmanas e cristãs convivem pacificamente numa base diária, e também conhecer a organização das mulheres trabalhadoras.
Os dignitários estrangeiros eram representantes das embaixadas da Itália, El Salvador, Moldavia, Espanha, Croácia, Nigéria, Filipinas, Nepal, República do Congo e Taiwan.
“É importante para nós mostrar aos embaixadores todos os aspectos da vida israelense para que eles possam testemunhar as áreas positivas e não apenas os conflitos”, declarou Rent Portugal, assistente do presidente do Ambassadors’ Club de Israel.
O grupo visitou o Centro Glickman de Na’amat, para a Prevenção e Tratamento da Violência Doméstica, em Tel Aviv, e ouviu a exposição de Vered Swid, diretora da Autoridade para o fortalecimento do status da mulher no gabinete do primeiro-ministro; de Nitzan Chen, diretor do GPO; Elpída Ronka, chefe regional do Escritório do Coordenador Especial do processo de paz para o Oriente Médio, UNESCO; e o prefeito de Tel Aviv, Ron Huldai.
“Eu gosto de pensar em Tel Aviv como o centro social de Israel”, disse Huldai, falando da diversidade e da abertura da cidade para todos os setores da sociedade. Ele elogiou o trabalho que está sendo feito no Centro de Prevenção e Tratamento da violência doméstica, dizendo que ele é crucial para o cuidado e o progresso dos direitos da mulher em Tel Aviv, independente de raça, religião ou posição socioeconômica.
O Centro opera um abrigo fechado para mulheres agredidas e seus filhos, assim como uma seção aberta que oferece aconselhamento e seminários para mulheres agredidas, crianças e homens agressores.
Shirli Shavit, diretora do Departamento Internacional da Na’amat, explicou que a seção aberta recebe pessoas de todos os níveis da sociedade enquanto que o abrigo recebe principalmente mulheres pobres, judias e árabes, que não têm outro lugar para onde ir.
Durante a visita, um menino que vive no abrigo com a mãe e duas irmãs correu para Shavit e a abraçou. Ela disse que na primeira vez em que encontrou o menino ele correu para o quarto para mostrar o seu cobertor. Ela foi com ele e viu um cobertor em estado lastimável. A mãe, que estava grávida e depois deu à luz a primeira menina nascida no abrigo, explicou que aquele cobertor era a única coisa que ele conseguiu pegar quando fugiram de casa.
“Ele não conseguiu trazer nenhum brinquedo, veio apenas com a roupa do corpo e o cobertor, que ele tinha desde que era bebê”, explicou Shavit.
O dia terminou com um painel sobre questões que afetam a vida da mulher em Israel, focado principalmente no progresso feito para elevar o status da mulher e o que ainda pode ser feito para melhorar o grau de igualdade em todas as áreas de vida.